Pixaim, fino e leve que nem paína, de beleza impar, resistente como ele só frente à tantas malevolências, que nele operei a partir de minhas adesões, forçadas às "facilidades impositivas" da ditadura de um padrão de beleza, o do "alisar", do "soltar as raízes" e do "cachear". Firme e disposto, coloca-se mais uma vez em condições de recomeçar uma nova florada, um novo desabrochar.
Esse é o meu cabelo! Que ao me desafiar, tem me ensinado a amá-lo!
É preciso que se diga, o meu cabelo no seu jeito que é só seu, jamais se curvou aos meus investimentos de lográ-lo em minhas empreitadas de tê-lo incluido, enquanto cabelos "lisos" e "fáceis de pentear", reagindo a todos os produtos e técnicas para este propósito.
Tem me dado o troco, através dos custos altos, benefícios nem tanto, diante da frustração contumaz por danificá-los com produtos altamente tóxicos e agressivos, não assumidos e releváveis muitas vezes. Mas o delicado mesmo, no lidar com tudo isso é o encontro com o real, quando "a casa cai!...", o desmascaramento se dá através dos muitos espelhos, que refletem no crescimento de suas raízes e ou encolhimentos e perdas de modelagens, como que resultante das ações do tempo - chuva e vento, o que realmente é! Um belo delicado pixaim.
E fico a remoer, nas muitas articulações de um querer compreender, em que lugar na história de minha existência, dei de encontro com um olhar, que de pouca expressão à imagem que ali se espelhou, por pouco não me equivocou?! Sabe se lá!!!..., só sei que alguma coisa há!.., por mas que eu rejeite atualizar, enquanto espelho a que recorro para me mirar!
A importância que o cabelo, desempenha na constituição de uma percepção de identidade, é muito forte, assim como o olhar do outro para este processar. É através desse olhar que nos constituímos, nos reconhecemos, nos reafirmamos e nos instituimos, logo olhar-se através de olhares significativos são necessários e mais que preciso! São estruturantes.
A importância que o cabelo, desempenha na constituição de uma percepção de identidade, é muito forte, assim como o olhar do outro para este processar. É através desse olhar que nos constituímos, nos reconhecemos, nos reafirmamos e nos instituimos, logo olhar-se através de olhares significativos são necessários e mais que preciso! São estruturantes.
O reconhecimento que hoje faço, do meu cabelo no seu jeito que é só seu! É marco divisor consciente de mudanças imprimidas em minha vida, é de empoderamento mesmo!
Principalmente, quando nos encontros da vida ainda me são impingidos, espelhos turvos, que pouco auxiliam refletir a imagem afirmativa de minha singularidade, mas que diante do silêncio indiferente desse refletido, já não me fazem tanta questão. Na procura de espelhos outros para me espelhar, espelhos estes que podem, não ser tão límpidos na devolução da imagem apreendida, mas é um apreço bom de experimentar. Quanto aos espelhos opacos, que em sua função de refletir o transmitido tal como recebido, necessários se faz, por contribuir num refazimento que me põe a caminhar.