quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Encontros (de)marcados


"...Trama lapidar
O que o coração
Com toda inspiração
Achou de nomear
Gritando alma
 ...,...                                                                   

Dentre os muitos encontros (de) marcados que vige em minha vida, hoje quero destacar, o que  recebi  como suporte,  a partir do momento de uma grande perda.
Esta linda  senhorinha que neste primeiro domingo de Dezembro, completou 80(oitenta) anos de vida, cheia de graça.
Dona Bárbara, é minha segunda mãe, "Barbinha" para os íntimos, avó paterna de meu filho, que de forma sábia, discreta e muito comprometida,   estabeleceu comigo  uma espécie de  guarda compartilhada na  criação do Thiago,  contribuindo assim  para que eu tivesse o gás necessário, para cumprir os muitos papéis que escolhi e que também me foram impingidos.

 Salve! Salve! Dona Bárbara!
...,...Vida
Todo afeto que há no meu ser
Te quero ver
Te quero ser
Alma
Te quero ser
Alma" - Anima - José Renato e Milton Nascimento
                                                               
         

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Novas Paragens

Vagando em verso eu vim
Vestido de cetim

Na mão direita rosas vou levar... (Andança-  Dorival Caymmi)


Aqui! Acolá!... eu vouuu!
Pois a "dança da moda eu sei...

Tenho estado nestes últimos tempos de minha existência, impulsionada por este desejo de me perceber em novas paragens, como condição de experiênciar o que sou a partir de um novo idealizado? Porém ainda não vivenciado.

 
Quero com isso expandir o meu quadrado, compreendendo a maleabilidade de suas paredes  para  formatar novos espaços de circulação, de encontros, de trocas, de vivências desse meu viver!
Vim de longe léguas cantando eu vim... e com isso cartografado, a partir de muitas observações reflexivas de meu modo de lidar com as minhas questões, então  estabeleci, que após a garantia de uma "pseudo" aposentadoria, sairia a campo para constituir esse novo traçado.
Não satisfeita, me acerquei de garantias para então me sentir em condição.
Neste tempo de preparação, que ora se institui, equivalente a um tempo cronológico de gestação de uma gravidez de mulher!!... tenho pressentido, que é chegado a hora.

O momento de  parir,  é o de agora.

Emocionada que estou, me pego desenvolvendo alguns movimentos, que suponho, necessários para esta parto:

O de decidir,  que quero um nova relação de trabalho, sim! Que me permita continuar estudando, me disponibilizando e testemunhando no papel de psicoterapeuta.

Ir ao encontro da metrópole que povoa os meus sonhos desde menina, a cidade do Rio de Janeiro, há muito acalentada como uma das muitas  paragens desse meu caminhar, preferencialmente, em companhia de meu atual amor.

Tudo muito simples e possível!

Pois, pois!!
Já me fiz a guerra por não saber
Que essa terra encerra meu bem querer
Que jamais termina meu caminhar
Só o amor me ensina onde vou chegar
Por onde for

Quero ser seu par .

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

"Velhice implicada pelo desejo"

Helena Bertho, um exemplo de "velhice implicada pelo desejo".


Assim quero dizer dessa senhorinha, que diante do real do envelhecimento do corpo, propunha novas formas de reinscrever o seu desejo, enquanto ser pulsante neste mundo de meu Deus.

Conheci Helena Bertho, quando profissional em Serviço Social na Cia Vale do Rio Doce, através de um programa de preparação para aposentadoria.

Aposentada que era  do antigo INSS, desenvolvera uma   referencial teórico e metodológico, na qual sustentava com muita auteridade, que era possível haver vida desejante,  pós aposentadoria e envelhecimento.

Com esta crença, destacava a importância do recriar a vida, através da  elaboração  do luto das perdas dos objetos relacionados ao mundo do trabalho, através de outros objetos substitutos, tão interessantes quanto os anteriores.

Apregoava com  relevância  o cultivar: afetos, encontros,  aprendizados, descobertas, transcedências como formar de manter e conquistar vínculos relacionais.

O sonhar,  considerando que este, "os sonhos,  não envelhecem".

Valorizava o cuidar-se, cuidando-se, a sua  presença era imponente, elegante e simples a desfilar os efeitos que o tempo lhes impunha,  com  certa dignidade, ditando estilo para tudo aquilo que defendia em tese.

Mulher de refinada liderança, não escondia o prazer da conquista de novos seguidores para as suas crenças, privilegiava o diálogo com as várias especialidades, criando e fortalecendo uma rede relacional por todo este país. Ela sabia se fazer presente.

No primeiro dia do mês de Novembro, porém,  Helena Bertho se foi, faleceu, segundo relatos de amigos mais próximos, foi de um passagem tranquila, que se deu em sua própria residência, encontrava-se debilitada em seu estado de saúde.

Helena Bertho, digo que a sua existência  foi de muita doação, puro ensinamento do como fazer.

No lidar, com o real das perdas advindas de uma aposentadoria e subsequente envelhecimento, no  trabalho necessário de elaboração de um luto por estas perdas e as exigências de se buscar constituir referênciais, que  permitam simbolizar esse real.

Salve Helena Bertho!

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O meu amor

O meu amor, tem um jeito só seu,  que tão bem me quer! Que me faz muito bem.

Especialista que é em alquimia culinária, vive a me encantar  ao elaborar pratos deliciosos, que gentilmente renomea com o meu nome, fato  que a princípio me encabulava, não sabia o que fazer diante de  tamanha explicitação de afeto, hoje não mais, aceito de bom grado.

Tens um ritual de preparação da iguaria a ser oferecida que merece registro, face ao prazer contido, que se  inicia com a definição do prato,  dos produtos a serem utilizados, ida às compras, a escolha criteriosa... o chegar em casa, lavar, separar, cortar, picar, repicar, temperar, cozinhar...degustar, hum!...

Encontros agradáveis de muitas conversas, risos, trocas,  brincadeiras...,... que entre um procedimento e outro,  espontaneamente se  desenrolam, dando colorido, sabor, aroma, forma  e sentido aos pratos propostos e às nossas vidas também.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

É 5.5!!!!

Como deixar passar este feito! Impossível! Sério!

Hoje celebro 5.5 de existência bem vividos, nesse mundo de meu Deus!

Não me contive e cedo, já me fiz presente,  acolhendo-me, cuidadosamente, pois não conseguira dormir,  fico em estado de prontidão nestes dias de Outubro.

Engraçado, que  repito este ritual desde que me tenho como mais consciência, na certa são minhas marcas, reminiscências talvez!? Só sei que não passo indiferente!

Dessa vez, relembrei do como me constitui, enquanto referência  de meus pais, segundo contam, nasci numa tapera no mato, só fui encontrada pela vontade de meu pai, que foi ao encontro de minha mãe, recebi o nome de Sonia, em homenagem  a um navio de bandeira Russa, atracado no Porto de Vitória. Papai que  por ali passava todos os dias, trabalhador combativo que foi das causas comunistas, decidiu, vai se chamar Sonia, assim sem acento mesmo!

Quando fui para escola pela primeira vez, minha mãe confiara tal missão à visinha já experiente, que cursava a 3ª Série e fui  prá vida descobrir.

 As  palavras escritas, autonômia!

O  meu primeiro livro de leitura,  após a alfabetização, reencardenado pelo meu pai, eu comprara o livro da professora  a preço simbólico, encontrava-se danificado com folhas soltas, algumas rasgadas.

O olhar   da Dona Conceição,  professora,  ao constatar que havíamos recuperado o livro, foi  muito mágico!

Das festas da casa de minha avó, mãe de meu pai, seguia-se calendário religioso, celebradas com muita comida, danças e presenças de amigos...

Do meu corpo encumpridaaando!!!

Dos desejos já realizados!!!

Dos amores conquistados! Equivocados!! Não vivenciados!!...

Nossa! Atualizei!...

No tempo presente, vale registrar que encontrei-me com meu pai também,  logo cedo e recebi um abraço de pai.  No período da tarde,  encontrei-me com meu filho,  recebi um abraço de filho! Ganhei o dia.

sábado, 24 de setembro de 2011

É Primaveeera!

Marquei encontro com o sol de primavera, nesta linda manhã!

Me dei ao desfrute do calor morninho do sol e do frescor da brisa que vinha do mar, ao correr livremente, "só no sapatinho",  pelo calçadão da praia! Tudo tão bom!

Com o pensar  livre, leve e solto, me  peguei revisitando o meu  tempo de aluna no ginasial., ensanhando uma música de saudação à primavera, que numa das estrofes,  assim dizia  "... desperta no bosque gentil primavera, com ela chegou o canto, gorjeio do sabiá...". Muito bucólico!

Lembrei-me de Dona Cecília, senhorinha, delicadíssima,  professora de canto, que no execício do que se propunha,  se desdobrava para prender a nossa atenção na melodia, rsrsr...
Nós as desafinadas, molecas, assanhadas, brincávamos ao mesmo tempo, dificultando de certa forma,  a harmonia pretendida.

Rememorar e atualizar as sensações aí  contidas, me turbinou nesta manhã.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

(Des) Caminhos.

Após uns dias em silêncio, retomo a este meu espaço de fala, com renovadas energias, que fui burilar nesta manhã, caminhando ao sol,  ao som das ondas do mar,  com toda poética imaginável desse belo encontro.

Eu e o mar!!! O mar e eu!!! Hum!!! Definitivamente temos algo em comum.
O danado me faz um bem!!! Quando me sintonizo   totalmente  em sua frequência, permitindo ressoar em meu corpo os seus sons,  ora plácidos, ora inquietos de seu ir e vir.

Um  poder de interagir com os meus ruídos,  me levando a argüir aquilo que não consigo ainda concluir e ou  aceitar  aquilo que não tenho como mudar.

Desse encontro, costumo  sair muída,  por que de impulso me lanço toda para atender a  seu convite, o de   caminhar em suas bordas rente a areia!  É só neste seu espaço que me sinto segura, pois não sei nadar,  respeito-o  demais!

Me ponho a  andar  ora te encaro de frente e  ando!... Ando!...Ando!...Haja pernas! Ora é você,  que me pega pelos flancos, chacoalhando-me,  trazendo-me para o presente, através de uma   esquiva necessária para prosseguir.

Após alguns quilômetros percorridos, ao  sol que se apresenta  por inteiro nesta jornada, só  por hoje,  ponho fim a esse encontro e volto ao  ponto de partida, já me percebendo numa nova condição.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

O sol volta a brilhar em minha janela


Aos poucos o sol volta a brilhar em minha janela nas manhãs, morno e com muita luminosidade!
Aquecendo- me alma, convidando-me a saracutiar por aí!
Olhar pessoas, coisas, ouvir sons, provar sabores...
Delííícia!!! como diz Isac,  meu priminho/sobrinho de 02 aninhos.
Com o rosto iluminado pelo  já experimentado e o  olhar curioso do ainda não visto.
Contagiante, pois  tudo parece ter um quanto a mais de energia!

Muito bom de ver, sentir, ouvir!...
Pulso nesta levada, porque me faz bem! Me apasigua e me da continência!
Pois quando busco as palavras! Sim as palavras que melhor possam assim dizer do que sou e de como estou, encontro-as!
Gratificante este encontro,  pois me empodera.
E aí me descubro, descobrindo  que definitivamente, sou mais do sol, sou da luz!
Com todo o  respeito aos opostos que assim se institui, enquanto contraponto.

Consigo então  dizer mais uma vez desse meu querer, na procura de novas ressignificações.
E toco em frente, pois assim é preciso!


segunda-feira, 1 de agosto de 2011

A palavra que dê conta.

Tem momentos nesta vida, que me vejo tão aqui no agora do tempo presente, mas tão! Tão!
 Que sinto dificuldades de lidar comigo nesta condição.
Estar com tudo isto posto e tão real que me dá uma gastura inexplicável!
O que tem vindo ao meu socorro é correr para o PC e escrever, sim, escrever!...  Em busca das palavras que possam dar conta desses “chove-não-molha”!
Uma agonia advinda de tal de querer, aquilo que não se teve e que, por conseguinte, não deveria comparecer. Mas que vem e retorna volte e meia com vigor!...
 Que insisti, sem por nem tirar, num vazio, que nem a solidão de espaços abruptamente desocupados na vida, delicados de administrar pela dificuldade da palavra apropriada para nomeá-lo.
Pois é como que nos arremessasse , levando-nos a dar de cara com o idealizado, mas não realizado, que é por si necessário, bem sabemos, mas que só a posteriores.
Assim, não encontrando a palavra que aprisione por completo isso aí, fico transitoriamente com algumas: agonia, desalinho, desassosego, melancolia, deprê...,... e por aí vai!
Que assim seja, não!

domingo, 24 de julho de 2011

A Vida não para não! Não para não!...
A constatação dessa verdade tem dias que me faz ficar muito introspectiva.
Hoje é um deles, muito propício, aliás,
O dia amanheceu cinza!
 Olho pela vidraça de minha sala e vejo as nuvens no céu, caminhando rápidas para despejar a sua encomenda preciosa, água, dá-lhe!...
Olho em volta, com um olhar passivo de quem bem sabe não poder intervir nesta lógica inexorável.
Na falta!...
Dirijo-me para a cozinha, ponho no fogo um feijão amigo com tudo dentro e pronto!
Crendo assim poder forrar o estomago e aquecer a alma.
Que jeito?!

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Pelas Ruas da Cidade




Por força de necessidades criadas, tenho andado amiúde pelas ruas da cidade de Vitória, me permitindo redescobrir lugares dantes esquecidos numa das muitas esquinas de minha vida.
Falo de meu retorno ao Mercado da Vila Rubim! Que ainda me encanta tal como em criança, com a sua áurea mágica de um comércio diferente e resistente, mesmo que a modernidade insista em dizer não.
Da curtição olfativa dos variados cheiros de matos para banhos e chás.
Dos incensos, sim os incensos! São muitos, são mis...! Realço os de Iansã, Ogum, Oxossi, Oxum, Iemanjá para iluminar e abrir os caminhos!
Do entreter-me na leitura dos nomes dos produtos infalíveis para dor da desilusão amorosa, retorno imediato do amor perdido e quebranto de um amor proibido...
Da apreciação das estatuetas das divindades do Candomblé, Umbanda, Santas e Santos Católicos e dos muitos apetrechos para os trabalhos de oferendas, expostos que estão no maior sincretismo de possibilidades.
De presenciar o desenrolar da aquisição de produtos intencionais para um trabalho de oferenda, riqueza de detalhes do prescrito no receituário, um pedaço de uma folha de caderno.
Do diálogo de barganha no processo de negociação de um produto, impagável!
Da simplicidade das pessoas que por ali trabalham e transitam encantadas que são em autenticidade.  

segunda-feira, 11 de julho de 2011


Na trama  que teço diariamente, supero uma de minhas limitações, a lida com agulhas, linhas,  teias, fios,...,... 
Que  ao se   entrelaçarem  vão  compondo este meu  novo viver.
Engendrado de idéias, atitudes, ações que homeopaticamente,  subvertem um ordem, que se supunha estabelecida.
Neste meu  atelier individual de  energias e caprichos, busco resignificar, entre uma laçada e outra,  o que é de meu viver.
Releio com alegria as já liberadas, foi!!!
De forma amorosa busco cuidar daquelas, sim  aquelas!!!
Tão minhas e que  dizem sim,  à espreita questionando!
E aí ?!
Hum! Hum!...
Tenho muito o que tecer!...

terça-feira, 5 de julho de 2011

Os vizinhos de rua da casa de esquina.

De há muito somos próximos, somos vizinhos de rua, quando ali cheguei, eles já residiam nesta casa de esquina, que fica no começo de nossa pequena quadra para quem chega e última para quem sai.
Casa simples de muros baixos, gradeados abertos e de uma varanda de muitos referenciais, é espaço de estar com cadeiras convidativas para sentar e oficina de marcenaria do proprietário, que confecciona pequenas casinhas de passarinhos em série, que suponho serem para o adorno das paredes, pois são tantas dependuradas!
Sua calçada é caminho preferencial para a mobilidade de quem está a pé, tem um banquinho de pedra bruta na calçada, ao lado do portão, estrategicamente colocado á espera de muitos encontros, não tem como não vê-lo.
A dona da casa é uma senhorinha simpática, falante e elegante, que ainda cultiva o hábito saudável de se assentar nos finais de tarde em frente à sua casa, para presenciar o fluxo do ir e vir daqueles que por ali passam, cumprimentando uns, observando outros e dialogando com alguns.
Assim, os conheci!
Paulistas de origem, a força sonora nas palavras com r não me deixa ter dúvidas desta origem, aqui erradicados, aposentados, parecem constituir parte da história viva do Bairro de Jardim Camburí, pelo tanto de informações que detém sobre o processo de urbanização, os embates políticos de ocupação dos espaços, traçados de ruas, dissidência na construção da igreja católica e do exercício da religiosidade.
Nas férias escolares a casa toma um novo colorido, são os netos que chegam para a temporada de férias, são outros sons, outros movimentos que percebo ao passar e esticar meus olhos cumpridos e curiosos na direção dos mesmos.
Residem em companhia de seus cachorros, cada um tem o seu e por incrível que possa parecer, os animais fisicamente se parecem com os donos, explico, o senhorzinho é magérrimo e baixinho, o cachorro idem, a senhorinha é baixinha, toda fofinha, serelepe, o cachorro também, fiz tais descobertas esta manhã, aos encontrá-los passeando com os cachorros, de imediato fiz as devidas constatações, cumprimentei-os e não me contive, dei boas risadas.

segunda-feira, 27 de junho de 2011


Ai que saudade me dá! Ai que saudade me dá!...

 Da torta de guandu verdinho da Vovó Derly! Hum!!!
Receita que não tenho como compartilhá-la, pois a mesma esta guardada num dos muitos escaninhos das  lembraças,  lá do meu tempo de  menina...

Neta que sou, primeira de minha avó por parte de pai, frequentava assíduamente a sua  casa,  atenta ao que via nos movimentos das panelas na cozinha, gravei o como fazer.

Assim crendo e sendo legitimada nos  testemunhos! Todos anos,  no mês de Junho, sou convidada por minha tia Léa , irmã de meu pai,  a   reavivar  tais lembranças,  e aí!

Vale acrescentar, retirar e ou readequar os ingredientes complementares ao guandu, que acrescidos das  saudades  que sinto de Vovó Derly , se misturam e terminam dando certo. 

 A torta, torna-se  uma senhora iguaria  preparada  a partir de muitos  experimentos!
Quando pronta, é compartilhada em nossas casas com nossos familiares e quem mais estiver, tudo uma delícia! Simplesmente,  uma delícia!!!

terça-feira, 21 de junho de 2011



Vera Viana

A capacidade criadora de Vera Viana pulsa e pede passagem! 
Sua poesia singela diz de sua identidade de menina do interior de nosso estado,  suas   (re)descobertas em seu  caminhar.
Aposentada que está no tempo presente, encontra-se em franca atividade intelectual nos limites que a vida impôs, após grave acidente vascular cerebral.
Dedica-se a sistematização de sua obra, composta de versos, contos e peças teatrais tendo como objetivo  transformá-los em livros.
Eis um poema, prontinho à espera de publicação.

      Doce Infância II  
Hoje é noite de lua cheia
Papai armou a rede na varanda,
Vamos contar estrelas. Vou ouvir
Muitas estórias de seres encantados

Quando olho no retrovisor,
Meu coração se enche de alegrias
Como foi feliz a menina Vera,
No entorno da cidade de Baixo Guandu

Não posso voltar no tempo,
Nem vou me lastimar
A mulher aqui vai bem
Olho bem para frente,
Depois da curva da ilusão:
Vejo a idosa Vera,
Muito feliz e realizada.
    * Vera Viana, dramaturga e atriz capixaba, em sua gestão na Secretaria de Cultura Esporte da Prefeitura Municipal de Vitória/ES, foram criadas a Lei Rubem Braga e Escola de Artes FAFI (1991)

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Certezas.


Hoje mais uma vez, das muitas que já me ocorrera, me vi inquieta, a procurar...
A palavra que possa fazer frente a este encontro inalienável, que no dizer de um amigo de meu pai, um simpático senhorzinho de 84 anos, de há muito o havia esquecido por aqui.
Digo dos encontros com as certezas inalienáveis, que de tempos em tempos se diz presente, a demarcar o nosso corpo, sinalizando-o como que cronologicamente, atualizando-o em seu devir...
Conhecedor do que digo Seu Jonas, contemporâneo de meu pai, nos encontra no banco da praça do bairro sentado preguiçosamente feito lagartixa ao sol.
Põe-se a filosofar sobre vida, tendo como referência a sua história, jovem, pobre, sergipano que de viagem para trabalhar em Santos/SP, um dia aportou-se por estas bandas e aqui constituiu a si e a sua família.
Ali fiquei silenciosa assistindo a vida se processando, os dois animadamente a desenrolar a linha do novelo chamado de tempo passado, na qual os dois foram coadjuvantes.
Os dois se conhecem desde o tempo que papai, moleque trabalhava na serralheria e o Seu Jonas rapazola, trabalhava num emprego público e namorava a filha de um respeitado açougueiro de Santo Antônio/Vitória-ES.
No relato presente, alguns mortos foram ressuscitados, pois pertenciam a um contexto que precisava ser revisitado pelos dois nos muitos fatos relembrados e reconstituídos.
De posse desse novo, Seu Jonas, constata a sua longevidade, a sua lucidez e a satisfação por considerar-se no lucro na contabilidade cronológica da vida, reafirmando a sua frase inicial de alguém que fora esquecido pela morte.
Tal com chegou, sorridente, assim se levantou do banco que sentara para melhor conversar, despediu-se dizendo que precisava voltar para casa, pois ainda queria ler o jornal do dia, almoçar e se preparar para uma soneca no período da tarde.

Vitória, 13 de Junho de 2011

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Olhares! Alhures?!...




“ ...Ah! Bruta flor do querer
Ah! Bruta flor, bruta flor...
O Quereres - Caetano Veloso

De mãos dadas elas caminham pela calçada, provocativamente a instigar a todos que as olham nesta ação. Afetando e sendo afetadas, eu fui uma das, não passei incólume!
O que de novo, aí comparece que está além da ação performática das duas jovens?
O não estabelecido, o não inscrito, o não conservado, que aí está posto, que nos equivoca e nos faz buscar rapidamente, respostas cristalizadas, que momentaneamente possam dar conta ao mal estar. 
É o sim é o não! ... E onde vez, eu não vislumbro a razão, pois é real, ah! Este real que se impõe inexoravelmente a retirar travas de um olhar que teima e insiste em ficar condicionado.
Caminham as jovens atentas e desafiantes, semblantes e olhares a esmo, sabem trazer num discurso não dito, o que precisa ser dito, pagando-se um preço por isto.
Lá vão elas! Mãos entrelaçadas, lado a lado, ombro a ombro, corpos gingando ao sol morno de plena manhã de junho, se desvelando, somente isto, simplesmente isto!

...O quereres e o estares sempre a fim
Do que em ti é em mim tão desigual
Faz-me querer-te bem, querer-te mal
Bem a ti, mal ao quereres assim
Infinitivamente impessoal “





terça-feira, 7 de junho de 2011

... E a vida o que é?! Possibilidades! Muitas!..

                                                                                   World Science Festival 2009: Bobby MC

É muito além da palavra! 
É  ato; é dança; é canto é  interação é  energia  fluiiiindo!!!
É  livre expressão da espontaneidade, é  essência! é criação!

quinta-feira, 2 de junho de 2011

... E vida o que é?!

“E a vida? E a vida o que é, diga lá, meu irmão?..."
O que é,o que é? – Gonzaguinha


Pintura Thiago Balbino
Nestes últimos dias, estou com a letra desta música em minha cabeça, me pego volte meia cantarolando a mesma estrofe - “O que é, o que é?” levando-me a ter um olhar de querer saber, daquilo que não se tem como responder.

 Aí, comparece tal de não sei o quê, que ora denomino de uma incompletude, um sentimento de impotência, que vem se arrastando , arrastando, arrastando!...  Na expectativa de  que algo novo aconteça, para colocar neste lugar.

Que dê alívio, mesmo que temporariamente.
 Assim cá estou!

O interessante disso tudo, é que não falo de uma melancolia, falo de um real, que salta aos meus olhos, muito além do aparente e de forma insistente!
Eta! que esse meu olhar inquisitivo tem me conduzido atualmente com muita freqüência, a paragens inquietantes! Pode?!

Manhã de 02/06/11

sábado, 21 de maio de 2011

Lulu, quando crescer quero ser que nem você!

Hoje quero falar de Dona Lulu, que ao se apresentar assim falou:  “Maria Lúcia o meu nome, mas me chame de Lulu, é assim que todos aqui me conhecem”, falando  de forma bem despachada, esta alegre senhorinha.
Dona Lulu, com os seus 7.4 pontos bem vividos segundo a própria, esbanja energia, nas manhãs do “parquinho” da terceira idade, que de forma pomposa, a prefeitura de minha cidade, denomina de “Centro de Atividades da Terceira Idade”, trata-se de um espaço / praça atrás da igreja do Bairro, onde foram instalados  alguns aparelhos aeróbicos de baixo impacto, voltados prioritariamente para esta respeitosa galera.
Bom, para quem me conhece , deve estar se perguntando, mas já, com o assim? Explico, é que já estou em período  preparatório para terceira idade, sabe, então dei de freqüentar também  as atividades físicas de todas as manhãs na praça, uma delícia!
 Voltemos à dona Lulu, mas afinal a que se deve?
De ha muito ando a observá-la, senhora de baixa estatura, serelepe que só ela, disposta, falante, brincalhona, marca presença quando chega ao parquinho pela energia que distribui ao cumprimentar os presentes.
Hoje, não é que a danada, disputou um aparelho comigo!  Não chegamos à via de fato porque jamais faria isso, mas impressionou-me a forma como rápida ela se dirigiu com determinação, para o mesmo aparelho que naquele momento era meu objeto de desejo.
 Os equipamentos são concebidos para serem utilizados por duas pessoas ao mesmo tempo, o bendito equipamento em questão, funciona como pendulo permitindo que os corpos se movimentem como tal, simultaneamente, muito próximos, frente a frente ou um atrás do outro, confesso que não me vi naquele momento numa destas posições com ela, mas...
Dona Lulu, surpreendeu-me, subiu na “paradinha” e ainda convidou-me a estar com ela na “missão”, posicionando-se a minha frente, encarando-me sorridente,  como que a indagar, e aí! Ta pensando o quê?
Dona Lulu, lindinha, quando crescer quero  ser que nem você ! Sério!   Os atos que exprimimos são os mesmos que nos definem! Se não nos manifestarmos, como ser? 
Tenho dito.
21/05/2011

quarta-feira, 18 de maio de 2011



Orquídea Lilás por Sônia Cavassani  


Algumas referências gratificantes  desta iniciação necessária,  o cuidar desta linda orquídea Lilás, presente da Sônia Cavassani e o arrojo da arte de Edna Pedrosa, presente de sua filha  Juliana que comigo  esteve como estagiária de psicologia.  

sexta-feira, 13 de maio de 2011





Do meu "tabuleiro"  na contemporaneidade ao  tabuleiro de Cocadas de  "Vó Baiana", Dona  Filomena, que por aqui aportou para trabalhar de cozinheira,  em casas de ricas famílias da Bahia, que vieram para o Espírito Santo.

Segundo a história contada e recontada na   tradição oral dos negros de minha família, Vó Baiana,  quando menina foi escrava, mãe solteira de um único filho: Vô Demétrios - pai de meu pai, mandingueira e quituteira de mão cheia,  faleceu com 104 (cento e quatro) anos,   a  44(quarenta e quatro) anos atrás.
Com a certeza que trago em mim,  muito de ti! Neste dia,  te reverencio!

Salve! Salve! Minha Vó  Baiana!
                                                                                                                             13/05/2011

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Redesenhar de Novo

...“O enredo
a gente sempre todo dia tece
o destino aí acontece:
o bem e o mal
tudo depende de mim
sujeito determinado da oração principal.”
De Elisa Lucinda em Parem de falar Mal da Rotina
Na busca de criar um novo modo de resignificar a minha existência, que não me reporte somente ao já conhecido, tenho engatinhado nas redescobertas  exploratórias do que posso vir a fazer, qual não tem sido a minha surpresa, em perceber o quanto tem sido elástico o tempo que disponho, afê!
Tecer uma  rotina que  me permita circular com desenvoltura, nesta nova realidade. É esta a missão do momento, com este pensar, reformulei, por exemplo, as minhas idas ao Calçadão de Camburi, para as caminhadas e corridas, que  agora são diárias e no tempo que o meu corpo delimita.
Tenho percebido,  que agora  chego na hora que os apressados trabalhadores já estam retornando para suas casas,  no sentido de se prepararem para mais um dia de trabalho, ai, ai,ai! Passo ao largo, pois agora jé tenho um novo olhar! Rsrsr!
Caminho ligadíssima no que os meus sentidos registram, o vento trazido pela brisa do mar, tentando identificar em que direção assopra! Desligo dos barulhos dos carros, e passo-a-passo no meu compasso, observo as pessoas e as cenas que estas constroem naquele momento .
Me pego, atenta à expressividade dos corpos no caminhar, no correr, nos exercícios aeróbicos e no pedalar bicicletas, constato que alguns  se movem com uma certa flexibilidade, compassando o rítmo da caminhada com o balanço dos  braços, outros nem tanto.
Os rostos! Sérios em sua maioria, calados, pouco comunicativos, volte meia um rosto conhecido, que felicidade! é tão bom! Pois  permite o encontro de olhares, a troca de sorrisos, de cumprimentos e até de umas poucas palavras. Interessante como as pessoas  parecem olhar  sem ver,  tipo  para o nada, para o vazio e ou para o chão.
Hoje dei boas risadas, ao perceber que um grupo de quatro pessoas, realizavam  sofridos exercícios abdominais sob a batuta de um personal, que estirado num banco, apresentava  uma circunferência de barriga bastante  avantajada, pensei com os meus botões, bem que ele,  poderia executar os exercícios também!
É um vai-e-vem! Um  ir e vir frenético de pessoas que em estado de contrição, se põe a caminhar, sozinhas, aos pares, de mãos dadas ou não, que  silenciosamente ou conversando, redesenham um novo espaço de convivência , que doravante me ponho a frenqüentar com mais  assiduidade.

Vitória  11/05/11

terça-feira, 10 de maio de 2011

Ai de Mim!


“É isso aí!
Como a gente achou que ia ser
A vida tão simples é boa
Quase sempre
Composição: Damien Rice (vers.: Ana Carolina)

No tempo presente, vivencio  as conseqüências de mais uma de minhas escolhas, o de celebrar a mudança que ora experiencio, estou de fato e de direito aposentada, como é  preciso  consolidar este novo que está posto, nada mais gratificante, do que ser conclamada para este fim,  pelas pessoas que estiveram comigo durante aproximadamente 11(onze) anos.
Prova de amor maior impossível,  nesta primeira sexta-feira do mês de Maio/11, assim o fizeram as minhas queridas amigas, ex companheiras de trabalho, com um singelo encontro, na residência de uma delas,  a Alcionir 
Ai de mim! Se ainda titubiava, resistente a esta realidade, não mais!  É nos encontros que acontecem relacionamentos favoráveis à construções transformadoras, é  no rememorar do     vivido  que algo novo pode emergir; comigo permitiu   sair do  torpor  do estado de indiferenciação que ainda me encontrava.
Sabe, é aquele “Clik” necessário para compreensão do que está se dando,  levando-nos a uma elaboração após  vários solilóquios, necessários,  no sentido de melhor nos ouvir  e constatar que apesar da tristeza causada,  é possível deslizar  para novas possibilidades, experimentações, “jogos”, etc e tal.


“É isso aí!
Os passos vão pelas ruas
Ninguém reparou na lua
A vida sempre continua”



Que assim seja, espero eu!
                                                                                                                               10/05/11

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Aposentadoria - “... Um tempo de Concluir”

“Ando devagar
Porque já tive pressa...
Músicas e letra de Almir Sater e Renato Teixeira
Então, cá estou eu com a minha carta de alforria, opa! Quero dizer de aposentadoria. Depois de um primeiro momento de um não saber como lidar com esta realidade, já premeditada e de ha muito desejada, percebo que estou desacelerando, todo um estado permanente de prontidão para o trabalho, que me permitiu vivenciar as delicia e auguras de chegar até aqui, aonde cheguei.

...só levo a certeza
De que muito pouco sei,
Ou nada sei

O quão  tudo isso é desafiante,  descubro que não fiz o meu “PPA – Preparação para aposentadoria” a contento, relembrando umas das muitas atividades, que um dia desempenhei  em minha vida profissional, rsrsrs, pode!.
Pois,  dei de experienciar sentimentos opostos, em tempos reais  de duração muito curta, delicados de administrar,   de muita significância pela intensidade dos  rebulissos causados, afê!!!!.
Dei de percorrer, com mais frequência do que o usual,  as lembranças de minha trajetória existencial, associando-as ao fazer profissional, comparecendo como se assim  fosse, o pano de fundo de meus movimentos intencionais. Ilusão!
É preciso amor
 Pra poder pulsar

Num tempo lógico,  de quem pouco quer ver o que está posto, surpeendo-me a cada momento com este novo,  a espreitar-me, conclamando-me a tomar isto que é meu e a funcionar sob  uma nova condição.

 Algo transitório,  que suponho ir muito além  do encerramento de um ciclo do exercício profissional no  dia-a dia,  constato que vivo no presente, mais “ ...um  tempo de concluir”.

Cada um de nós, compôe a sua história...

Logo, preciso estar atenta, pois   a minha vida é  da hora,  o meu tempo é agora, e se tenho como  prerrogativa, reaprender  o óssio como mérito. Então, que assim seja, me proponho  transitar  nesta nova condição  com a leveza necessária de quem tem o  “ ... dom de ser  capaz, de ser feliz” .
Abril/2011

segunda-feira, 2 de maio de 2011

E “Dona Lina” nasceu.


 “Então, é preciso dar um nome ao Blog, assim me falou a minha querida Luara!”

Assim aqui estou eu mais uma vez, submetida a este desejo, o de parir mais uma barrigada das muitas que emprenhei!

Como te negar se insiste em comparecer, enquanto demanda de um espaço constituinte de muitas conversas!

Logo, eu te concebo, eu te bendigo, eu te nomeio de “Dona Lina”, oh!  Meu blog! Em homenagem a uma das muitas mulheres, que trago em mim enquanto marcas, pela contribuição prestada ao meu crescimento existencial. Tive a oportunidade de freqüentar de forma assídua a sala de sua residência, local multifacetado em espaço de trabalho e de encontros muito legais.
“Dona Lina” na condição de mulher instigante, enquanto desempenhava as tarefas que lhes dava o sustento, proseava, ora emprestando o seu ouvido atento e sem censuras, para acolher as falas dos que a ti confiavam, ora promovendo encontros com mais de um, na qual a palavra corria solta, nos relatos de histórias bem vividas, as delas eram sempre relacionadas à sua experiência de mulher descolada, que residia numa cidade grande, o Rio de Janeiro, antes de fixar residência em Vitória do Espírito Santo.

É com esta levada que apresento “Dona Lina”, me propondo a deixar a porta desta minha sala aberta,  para que você venha me visitar frequentemente.
Em Vitória, 29/04/2011
às 06:05 de uma bela manhã, após uma madrugada  de chuvas renitentes.