segunda-feira, 27 de junho de 2011


Ai que saudade me dá! Ai que saudade me dá!...

 Da torta de guandu verdinho da Vovó Derly! Hum!!!
Receita que não tenho como compartilhá-la, pois a mesma esta guardada num dos muitos escaninhos das  lembraças,  lá do meu tempo de  menina...

Neta que sou, primeira de minha avó por parte de pai, frequentava assíduamente a sua  casa,  atenta ao que via nos movimentos das panelas na cozinha, gravei o como fazer.

Assim crendo e sendo legitimada nos  testemunhos! Todos anos,  no mês de Junho, sou convidada por minha tia Léa , irmã de meu pai,  a   reavivar  tais lembranças,  e aí!

Vale acrescentar, retirar e ou readequar os ingredientes complementares ao guandu, que acrescidos das  saudades  que sinto de Vovó Derly , se misturam e terminam dando certo. 

 A torta, torna-se  uma senhora iguaria  preparada  a partir de muitos  experimentos!
Quando pronta, é compartilhada em nossas casas com nossos familiares e quem mais estiver, tudo uma delícia! Simplesmente,  uma delícia!!!

terça-feira, 21 de junho de 2011



Vera Viana

A capacidade criadora de Vera Viana pulsa e pede passagem! 
Sua poesia singela diz de sua identidade de menina do interior de nosso estado,  suas   (re)descobertas em seu  caminhar.
Aposentada que está no tempo presente, encontra-se em franca atividade intelectual nos limites que a vida impôs, após grave acidente vascular cerebral.
Dedica-se a sistematização de sua obra, composta de versos, contos e peças teatrais tendo como objetivo  transformá-los em livros.
Eis um poema, prontinho à espera de publicação.

      Doce Infância II  
Hoje é noite de lua cheia
Papai armou a rede na varanda,
Vamos contar estrelas. Vou ouvir
Muitas estórias de seres encantados

Quando olho no retrovisor,
Meu coração se enche de alegrias
Como foi feliz a menina Vera,
No entorno da cidade de Baixo Guandu

Não posso voltar no tempo,
Nem vou me lastimar
A mulher aqui vai bem
Olho bem para frente,
Depois da curva da ilusão:
Vejo a idosa Vera,
Muito feliz e realizada.
    * Vera Viana, dramaturga e atriz capixaba, em sua gestão na Secretaria de Cultura Esporte da Prefeitura Municipal de Vitória/ES, foram criadas a Lei Rubem Braga e Escola de Artes FAFI (1991)

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Certezas.


Hoje mais uma vez, das muitas que já me ocorrera, me vi inquieta, a procurar...
A palavra que possa fazer frente a este encontro inalienável, que no dizer de um amigo de meu pai, um simpático senhorzinho de 84 anos, de há muito o havia esquecido por aqui.
Digo dos encontros com as certezas inalienáveis, que de tempos em tempos se diz presente, a demarcar o nosso corpo, sinalizando-o como que cronologicamente, atualizando-o em seu devir...
Conhecedor do que digo Seu Jonas, contemporâneo de meu pai, nos encontra no banco da praça do bairro sentado preguiçosamente feito lagartixa ao sol.
Põe-se a filosofar sobre vida, tendo como referência a sua história, jovem, pobre, sergipano que de viagem para trabalhar em Santos/SP, um dia aportou-se por estas bandas e aqui constituiu a si e a sua família.
Ali fiquei silenciosa assistindo a vida se processando, os dois animadamente a desenrolar a linha do novelo chamado de tempo passado, na qual os dois foram coadjuvantes.
Os dois se conhecem desde o tempo que papai, moleque trabalhava na serralheria e o Seu Jonas rapazola, trabalhava num emprego público e namorava a filha de um respeitado açougueiro de Santo Antônio/Vitória-ES.
No relato presente, alguns mortos foram ressuscitados, pois pertenciam a um contexto que precisava ser revisitado pelos dois nos muitos fatos relembrados e reconstituídos.
De posse desse novo, Seu Jonas, constata a sua longevidade, a sua lucidez e a satisfação por considerar-se no lucro na contabilidade cronológica da vida, reafirmando a sua frase inicial de alguém que fora esquecido pela morte.
Tal com chegou, sorridente, assim se levantou do banco que sentara para melhor conversar, despediu-se dizendo que precisava voltar para casa, pois ainda queria ler o jornal do dia, almoçar e se preparar para uma soneca no período da tarde.

Vitória, 13 de Junho de 2011

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Olhares! Alhures?!...




“ ...Ah! Bruta flor do querer
Ah! Bruta flor, bruta flor...
O Quereres - Caetano Veloso

De mãos dadas elas caminham pela calçada, provocativamente a instigar a todos que as olham nesta ação. Afetando e sendo afetadas, eu fui uma das, não passei incólume!
O que de novo, aí comparece que está além da ação performática das duas jovens?
O não estabelecido, o não inscrito, o não conservado, que aí está posto, que nos equivoca e nos faz buscar rapidamente, respostas cristalizadas, que momentaneamente possam dar conta ao mal estar. 
É o sim é o não! ... E onde vez, eu não vislumbro a razão, pois é real, ah! Este real que se impõe inexoravelmente a retirar travas de um olhar que teima e insiste em ficar condicionado.
Caminham as jovens atentas e desafiantes, semblantes e olhares a esmo, sabem trazer num discurso não dito, o que precisa ser dito, pagando-se um preço por isto.
Lá vão elas! Mãos entrelaçadas, lado a lado, ombro a ombro, corpos gingando ao sol morno de plena manhã de junho, se desvelando, somente isto, simplesmente isto!

...O quereres e o estares sempre a fim
Do que em ti é em mim tão desigual
Faz-me querer-te bem, querer-te mal
Bem a ti, mal ao quereres assim
Infinitivamente impessoal “





terça-feira, 7 de junho de 2011

... E a vida o que é?! Possibilidades! Muitas!..

                                                                                   World Science Festival 2009: Bobby MC

É muito além da palavra! 
É  ato; é dança; é canto é  interação é  energia  fluiiiindo!!!
É  livre expressão da espontaneidade, é  essência! é criação!

quinta-feira, 2 de junho de 2011

... E vida o que é?!

“E a vida? E a vida o que é, diga lá, meu irmão?..."
O que é,o que é? – Gonzaguinha


Pintura Thiago Balbino
Nestes últimos dias, estou com a letra desta música em minha cabeça, me pego volte meia cantarolando a mesma estrofe - “O que é, o que é?” levando-me a ter um olhar de querer saber, daquilo que não se tem como responder.

 Aí, comparece tal de não sei o quê, que ora denomino de uma incompletude, um sentimento de impotência, que vem se arrastando , arrastando, arrastando!...  Na expectativa de  que algo novo aconteça, para colocar neste lugar.

Que dê alívio, mesmo que temporariamente.
 Assim cá estou!

O interessante disso tudo, é que não falo de uma melancolia, falo de um real, que salta aos meus olhos, muito além do aparente e de forma insistente!
Eta! que esse meu olhar inquisitivo tem me conduzido atualmente com muita freqüência, a paragens inquietantes! Pode?!

Manhã de 02/06/11