domingo, 24 de julho de 2011

A Vida não para não! Não para não!...
A constatação dessa verdade tem dias que me faz ficar muito introspectiva.
Hoje é um deles, muito propício, aliás,
O dia amanheceu cinza!
 Olho pela vidraça de minha sala e vejo as nuvens no céu, caminhando rápidas para despejar a sua encomenda preciosa, água, dá-lhe!...
Olho em volta, com um olhar passivo de quem bem sabe não poder intervir nesta lógica inexorável.
Na falta!...
Dirijo-me para a cozinha, ponho no fogo um feijão amigo com tudo dentro e pronto!
Crendo assim poder forrar o estomago e aquecer a alma.
Que jeito?!

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Pelas Ruas da Cidade




Por força de necessidades criadas, tenho andado amiúde pelas ruas da cidade de Vitória, me permitindo redescobrir lugares dantes esquecidos numa das muitas esquinas de minha vida.
Falo de meu retorno ao Mercado da Vila Rubim! Que ainda me encanta tal como em criança, com a sua áurea mágica de um comércio diferente e resistente, mesmo que a modernidade insista em dizer não.
Da curtição olfativa dos variados cheiros de matos para banhos e chás.
Dos incensos, sim os incensos! São muitos, são mis...! Realço os de Iansã, Ogum, Oxossi, Oxum, Iemanjá para iluminar e abrir os caminhos!
Do entreter-me na leitura dos nomes dos produtos infalíveis para dor da desilusão amorosa, retorno imediato do amor perdido e quebranto de um amor proibido...
Da apreciação das estatuetas das divindades do Candomblé, Umbanda, Santas e Santos Católicos e dos muitos apetrechos para os trabalhos de oferendas, expostos que estão no maior sincretismo de possibilidades.
De presenciar o desenrolar da aquisição de produtos intencionais para um trabalho de oferenda, riqueza de detalhes do prescrito no receituário, um pedaço de uma folha de caderno.
Do diálogo de barganha no processo de negociação de um produto, impagável!
Da simplicidade das pessoas que por ali trabalham e transitam encantadas que são em autenticidade.  

segunda-feira, 11 de julho de 2011


Na trama  que teço diariamente, supero uma de minhas limitações, a lida com agulhas, linhas,  teias, fios,...,... 
Que  ao se   entrelaçarem  vão  compondo este meu  novo viver.
Engendrado de idéias, atitudes, ações que homeopaticamente,  subvertem um ordem, que se supunha estabelecida.
Neste meu  atelier individual de  energias e caprichos, busco resignificar, entre uma laçada e outra,  o que é de meu viver.
Releio com alegria as já liberadas, foi!!!
De forma amorosa busco cuidar daquelas, sim  aquelas!!!
Tão minhas e que  dizem sim,  à espreita questionando!
E aí ?!
Hum! Hum!...
Tenho muito o que tecer!...

terça-feira, 5 de julho de 2011

Os vizinhos de rua da casa de esquina.

De há muito somos próximos, somos vizinhos de rua, quando ali cheguei, eles já residiam nesta casa de esquina, que fica no começo de nossa pequena quadra para quem chega e última para quem sai.
Casa simples de muros baixos, gradeados abertos e de uma varanda de muitos referenciais, é espaço de estar com cadeiras convidativas para sentar e oficina de marcenaria do proprietário, que confecciona pequenas casinhas de passarinhos em série, que suponho serem para o adorno das paredes, pois são tantas dependuradas!
Sua calçada é caminho preferencial para a mobilidade de quem está a pé, tem um banquinho de pedra bruta na calçada, ao lado do portão, estrategicamente colocado á espera de muitos encontros, não tem como não vê-lo.
A dona da casa é uma senhorinha simpática, falante e elegante, que ainda cultiva o hábito saudável de se assentar nos finais de tarde em frente à sua casa, para presenciar o fluxo do ir e vir daqueles que por ali passam, cumprimentando uns, observando outros e dialogando com alguns.
Assim, os conheci!
Paulistas de origem, a força sonora nas palavras com r não me deixa ter dúvidas desta origem, aqui erradicados, aposentados, parecem constituir parte da história viva do Bairro de Jardim Camburí, pelo tanto de informações que detém sobre o processo de urbanização, os embates políticos de ocupação dos espaços, traçados de ruas, dissidência na construção da igreja católica e do exercício da religiosidade.
Nas férias escolares a casa toma um novo colorido, são os netos que chegam para a temporada de férias, são outros sons, outros movimentos que percebo ao passar e esticar meus olhos cumpridos e curiosos na direção dos mesmos.
Residem em companhia de seus cachorros, cada um tem o seu e por incrível que possa parecer, os animais fisicamente se parecem com os donos, explico, o senhorzinho é magérrimo e baixinho, o cachorro idem, a senhorinha é baixinha, toda fofinha, serelepe, o cachorro também, fiz tais descobertas esta manhã, aos encontrá-los passeando com os cachorros, de imediato fiz as devidas constatações, cumprimentei-os e não me contive, dei boas risadas.