domingo, 9 de setembro de 2012

Por onde anda o meu pensar!...

                                                     "Poema” – Cazuza e Frejat – Interpretada por Nei Matogrosso
Atento, a tempo apresento os recortes que nesta linda melodia, me permite dizer do que se presentifica  enquanto angústia, o medo da solidão, um estado de desemparo que é experienciado desde sempre por todos nós.
Compreendendo, que este possivelmente, advem de um sintoma precariamente recalcado enquanto força pulsional, que escapoliu aos controles do inconsciente  se fazendo presente, enquanto reminiscências de um tempo primevo, instituinte e constituinte de nossa condição humana.
Forças pulsionais estas de intensidades imprevisíveis,   da ordem de uma fruição,  a partir das  catexias libidinais,  que por forças dos controles e substitutivos, podem apresentar-se com maior ou menor virulência.
Demandante,  que é de um objeto primevo perdido, vive em sua busca constante desse objeto,  a deslizar por vários, a ponto de até se equivocar, angustiando-se quando inibido, instalando-se a partir dê, as instâncias do prazer-desprazer.
 Seu  comparecimento, pode propiciar  desprazer se não suprimido a tempo, e ou substituido a contento, é possível de se constatar com certa  freqüencia na conversão histérica,  nas neuroses obsessiva e fobias.
O choro,  inibidor do não saber o que fazer no desamparo, se institui enquanto aplacamento inicial para esta falta, que é razão para  agenciar através de um afago materializado, acesso transitório de contenção e de  apaziguamento de uma agonia.
Essa descoberta quando se dá,  trás  em si a consciência perspicaz  do  prazer  dos carinhos e abraços, como uma possibilidade de aprendizado.
Quando no retorno de algo recalcado, ... não chorei.  Nem reclamei abrigo... há um processo de adaptação em curso, a partir de um deslocamento indispensável e compensatório, frente a um real inequívoco, que pode ser não somente o da perda do objeto amado e sim o de castração também, pois afinal o menino cresceu e ficou adulto e aí outras questões se instituem, enquanto consequência desse nova condição.
“...Num grande número de casos os antigos determinantes de angústia realmente declinam , após terem produzidos reações neuróticas. As fobias de crianças muito tenras, temores de ficarem sós ou no escuro ou com estranhos – fobias que podem quase ser chamandas de normais – em geral desaparecem depois; a criança ‘sai delas crescendo’, como dizemos  sobre algumas outras perturbações da infância...” – Freud, Vol. XX, p.171 e 172.
Do escuro eu via um infinito sem presente, passado ou futuro, diante do irremediável de uma falta que já o atravessa e se atualiza, não há muito o que falar, é viver e viver!
“...Outros determinantes de angústia, como o medo do superego, estão destinados a não desaparecer absolutamente, mas a acompanhar as pessoas por toda a sua vida.” Freud; vol.XX, p. 172
 Senti um abraço forte, já não era medo, era uma coisa sua que ficou em mim, que não tem fim. Diante de forças opostas, o sintoma enquanto formação de compromisso, recalca o que de genuinamente erótico há, para não sucumbir.
Compreendedo-se que ao “...ser adulto não oferece qualquer proteção absoluta contra o retorno da situação de angustia traumática original.Todo indivíduo tem, com toda probabilidade, um limite além do qual seu aparelho mental falha em sua função de dominar as quantidades de exitação que precisam ser eliminadas.”Fred, Vol.XX, p.172
De repente a gente vê que perdeu, ou está perdendo alguma coisa morna e ingênua que vai ficando no caminho que é escuro e frio, mas também bonito. Porque é iluminado pela beleza do que aconteceu. Há minutos atrás.
Atento ao tempo, pois é isso que há quando se tem a consciência,  de que os perigos estam aí e são para todos, que é  condição de eqüidade no existir  para cada um de nós, esta sujeição, enquanto pertencentes ao  agrupamento dos viventes.


                   A partir do texto Inibições, Sintoma e Ansiedade  - Freud - Vol.XX - (1925 - 1926)
                                                                          Vitória/ES -  Setembro de 2012