Thiago Balbino - Não Exposição no MAES/Dezembro de 2012 |
quinta-feira, 27 de dezembro de 2012
sábado, 8 de dezembro de 2012
Marco referencial de bons encontros.
Recentemente, estive com uma amiga que a mais ou menos uns 20 e alguns anos, não nos viámos. Tudo começou depois que encontrei com uma de suas irmãs, numa agência bancária onde esta era a gerente responsável pela conta do condomínio do meu prédio, em que eu estava síndica. De um número de telefone em Campinas/SP, foi um passo para descobrir o seu email e depois o seu endereço no face e aí papo vem papo vai!...uma mensagem aqui, uma curtida ali compartilhamentos afins, resgatamos e atualizamos uma amizade dos idos de faculdade, bom tempos aqueles!!... pois hoje, constato com muita satisfação, que esse período se constitui em minha vida de um marco referencial de bons encontros, que se transformaram em sólidas amizades e que perduram até os dias de hoje.
E no sábado passado, atendendo ao meu convite para um café da tarde, eis que ela chega em minha casa, despojada de adereços, com um sorriso franco e aberto estampado no rosto, tal como na última vez a que estivéramos juntas, num primeiro momento não paramos de tagarelar no afã de quem tudo precisa falar e aos poucos fomos nos contendo, a prosa foi tomando rumo mais intimista e aí ficamos bem mais a vontade para deixar comparecer as nossas questões singulares, que rogavam por um espaço privilegiado de fala, e assim se deu.
E o tempo foi pequeno, para que revisitássemos tantas lembranças nesta perspectiva que nos propunhámos, falar do lugar de mulheres já vividas, que se permitem resgatar no diálogo, imagens do ontem com o devido aparato do já refletido. Quando esta lembrou que é hora de partir, pois viajaria logo cedo na manhã do outro dia, para a sua cidade de moradia e trabalho, uma pausa se estabeleceu em respeito ao tempo cronológico que assim exigia, felizes nos despedimos, com promessas de novos encontros sem a lógica do compromisso de datas agendadas.
domingo, 28 de outubro de 2012
E porque o amor invadiu o meu coração!...
Sinto-me revigorar para transformar a partir das pequenas ações, o meu cotidiano.
Sinto-me com coragem para ousar, mais uma vez, naquilo que até então de certa forma procrastinava, por não tê-lo enquanto referência.
Sinto-me inteira com continência, mesmo que as palavras faltem, pra que eu possa melhor simbolizar isso que vivo.
Poetizando, constato que me encontro assim!
Me entrego somente, inscrevendo-me por enquanto na ordem do usufruir!..
E sigo assim!...
domingo, 9 de setembro de 2012
Por onde anda o meu pensar!...
"Poema” – Cazuza e Frejat – Interpretada por Nei Matogrosso
Atento, a tempo apresento os recortes que nesta linda melodia, me permite dizer do que se presentifica enquanto angústia, o medo da solidão, um estado de desemparo que é experienciado desde sempre por todos nós.
Compreendendo, que este possivelmente, advem de um sintoma precariamente recalcado enquanto força pulsional, que escapoliu aos controles do inconsciente se fazendo presente, enquanto reminiscências de um tempo primevo, instituinte e constituinte de nossa condição humana.
Forças pulsionais estas de intensidades imprevisíveis, da ordem de uma fruição, a partir das catexias libidinais, que por forças dos controles e substitutivos, podem apresentar-se com maior ou menor virulência.
Demandante, que é de um objeto primevo perdido, vive em sua busca constante desse objeto, a deslizar por vários, a ponto de até se equivocar, angustiando-se quando inibido, instalando-se a partir dê, as instâncias do prazer-desprazer.
Seu comparecimento, pode propiciar desprazer se não suprimido a tempo, e ou substituido a contento, é possível de se constatar com certa freqüencia na conversão histérica, nas neuroses obsessiva e fobias.
O choro, inibidor do não saber o que fazer no desamparo, se institui enquanto aplacamento inicial para esta falta, que é razão para agenciar através de um afago materializado, acesso transitório de contenção e de apaziguamento de uma agonia.
Essa descoberta quando se dá, trás em si a consciência perspicaz do prazer dos carinhos e abraços, como uma possibilidade de aprendizado.
Quando no retorno de algo recalcado, ... não chorei. Nem reclamei abrigo... há um processo de adaptação em curso, a partir de um deslocamento indispensável e compensatório, frente a um real inequívoco, que pode ser não somente o da perda do objeto amado e sim o de castração também, pois afinal o menino cresceu e ficou adulto e aí outras questões se instituem, enquanto consequência desse nova condição.
“...Num grande número de casos os antigos determinantes de angústia realmente declinam , após terem produzidos reações neuróticas. As fobias de crianças muito tenras, temores de ficarem sós ou no escuro ou com estranhos – fobias que podem quase ser chamandas de normais – em geral desaparecem depois; a criança ‘sai delas crescendo’, como dizemos sobre algumas outras perturbações da infância...” – Freud, Vol. XX, p.171 e 172.
Do escuro eu via um infinito sem presente, passado ou futuro, diante do irremediável de uma falta que já o atravessa e se atualiza, não há muito o que falar, é viver e viver!
“...Outros determinantes de angústia, como o medo do superego, estão destinados a não desaparecer absolutamente, mas a acompanhar as pessoas por toda a sua vida.” Freud; vol.XX, p. 172
Senti um abraço forte, já não era medo, era uma coisa sua que ficou em mim, que não tem fim. Diante de forças opostas, o sintoma enquanto formação de compromisso, recalca o que de genuinamente erótico há, para não sucumbir.
Compreendedo-se que ao “...ser adulto não oferece qualquer proteção absoluta contra o retorno da situação de angustia traumática original.Todo indivíduo tem, com toda probabilidade, um limite além do qual seu aparelho mental falha em sua função de dominar as quantidades de exitação que precisam ser eliminadas.”Fred, Vol.XX, p.172
De repente a gente vê que perdeu, ou está perdendo alguma coisa morna e ingênua que vai ficando no caminho que é escuro e frio, mas também bonito. Porque é iluminado pela beleza do que aconteceu. Há minutos atrás.
Atento ao tempo, pois é isso que há quando se tem a consciência, de que os perigos estam aí e são para todos, que é condição de eqüidade no existir para cada um de nós, esta sujeição, enquanto pertencentes ao agrupamento dos viventes.
A partir do texto Inibições, Sintoma e Ansiedade - Freud - Vol.XX - (1925 - 1926)
Vitória/ES - Setembro de 2012
domingo, 5 de agosto de 2012
Coisas de mãe!
Estava eu mais uma vez no aeroporto de Vitória, aguardando o John, meu namorado chegar, num vôo da Gol que prá variar estava atrasadíssimo, levando-me a ficar naquela espera de olhar perdido na movimentação das pessoas que chegavam. Fico a observar, algumas apressadas passam rápido pelo espaço de destaque reservado e logo se misturam aos agrupamentos dos que as esperam, outros nem tanto. Cumprimentos formais, abraços, carinhos efusivos, beijos nos rostos, selinhos nos lábios, comportamentos típicos dos encontros e reencontros..., uma cena tirou-me dessa pasmaceira.
Eis que esse espaço reservado, transforma-se num púlpito para o que passo a descrever. Uma senhora aos prantos, abraça um jovem de forma tal que mal permitia- lhes respirar, tamanho o aperto dos abraços e afagos recebidos, como que em reparo ao tempo transcorrido do período em que se ausentara da família e do Brasil. No curto longo tempo, que esta mãe permanecera, subvertendo as convensões dos manuais do bem receber aos que chegam de viagem, esta deu-se ao direito de aos gritos clamar palavras que dessem conta de estravasar a grande emoção desse reencontro.
Me vi contaminada pela cena, lágrimas rolaram em minha face, me identifiquei de pronto com aquela emoção, me reportando à saudade que venho sentido de meu filho que se encontra distante, na Alemanha! Só me contendo, ao articular de imediato, uma tentativa de racionalização, a de que provavelmente, Thiago, me censurária por não querer vivenciar em público, uma situação dessa ordem, pondo-me a rir discretamente ao relembrar das possíveis expressões de contrariedade, que o seu rosto externa e que bem as conheço!...
Mas, voltando a mãe do aeroporto, ela simplesmente congestinou a movimentação dos passageiros que teriam que passar por este bendito púlpito, por alguns minutos ela foi a principal protagonista, todos os olhares estavam em sua direção, um burburinho ao redor se estabeleceu, e de forma muito emotiva, com uma toalhinha rosa pink para enchugar as lágrimas nos ombros, desempenhou o seu papel de mãe saudosa do filho amado. A nora com o neto pequeno ao colo e empurrando o carrinho com as malas, ficaram em segundo plano.
Num impeto peculiar de mãe, libera o espaço, saindo apressada, segurando o filho pela mão como se ainda fosse um menino, caminha na direção de uma das cadeiras ao lado da que eu estava, senta-se, o coloca no colo e começa a examiná-lo, apalpando-o, como que conferindo os efeitos do tempo no corpo do filho.
Ao mesmo tempo, aos brados cobrava-lhes os setes anos de ausência, o casamento e o nascimento do neto que não participara...,... para enfim suspirar, como que em busca de um reordenamento pessoal, olha-me com cumplicidade e diz, só falava com ele pela internet, conheci meu netinho pela internet..., vira-se em direção da nora e da criança, percebendo-as, estende a mão direita tentando tocá-las já sem força e com a voz rouca, balbucia palavras de receptividade.
Ao mesmo tempo, aos brados cobrava-lhes os setes anos de ausência, o casamento e o nascimento do neto que não participara...,... para enfim suspirar, como que em busca de um reordenamento pessoal, olha-me com cumplicidade e diz, só falava com ele pela internet, conheci meu netinho pela internet..., vira-se em direção da nora e da criança, percebendo-as, estende a mão direita tentando tocá-las já sem força e com a voz rouca, balbucia palavras de receptividade.
O filho, coitado, assustado tenta se desvencilhar do colo da mamãe, vermelho tal qual a camisa que vestia, murmura algumas palavras de conforto, querendo recompor-se e fugir daquela situação regredida, diante dos olhos de quem a tudo assistia. Aos poucos foram se acalmando, reassumindo os seus lugares de contenção, pegaram as malas e dirigiram-se para a porta de saida do aeroporto. Eu continuei sentada, numa postura reflexiva dessas coisas de mãe, que só mãe faz! Não mais esperando somente, um vôo que se atrasara.
terça-feira, 10 de julho de 2012
O meu cabelo no seu jeito que é só seu!...
Pixaim, fino e leve que nem paína, de beleza impar, resistente como ele só frente à tantas malevolências, que nele operei a partir de minhas adesões, forçadas às "facilidades impositivas" da ditadura de um padrão de beleza, o do "alisar", do "soltar as raízes" e do "cachear". Firme e disposto, coloca-se mais uma vez em condições de recomeçar uma nova florada, um novo desabrochar.
Esse é o meu cabelo! Que ao me desafiar, tem me ensinado a amá-lo!
É preciso que se diga, o meu cabelo no seu jeito que é só seu, jamais se curvou aos meus investimentos de lográ-lo em minhas empreitadas de tê-lo incluido, enquanto cabelos "lisos" e "fáceis de pentear", reagindo a todos os produtos e técnicas para este propósito.
Tem me dado o troco, através dos custos altos, benefícios nem tanto, diante da frustração contumaz por danificá-los com produtos altamente tóxicos e agressivos, não assumidos e releváveis muitas vezes. Mas o delicado mesmo, no lidar com tudo isso é o encontro com o real, quando "a casa cai!...", o desmascaramento se dá através dos muitos espelhos, que refletem no crescimento de suas raízes e ou encolhimentos e perdas de modelagens, como que resultante das ações do tempo - chuva e vento, o que realmente é! Um belo delicado pixaim.
E fico a remoer, nas muitas articulações de um querer compreender, em que lugar na história de minha existência, dei de encontro com um olhar, que de pouca expressão à imagem que ali se espelhou, por pouco não me equivocou?! Sabe se lá!!!..., só sei que alguma coisa há!.., por mas que eu rejeite atualizar, enquanto espelho a que recorro para me mirar!
A importância que o cabelo, desempenha na constituição de uma percepção de identidade, é muito forte, assim como o olhar do outro para este processar. É através desse olhar que nos constituímos, nos reconhecemos, nos reafirmamos e nos instituimos, logo olhar-se através de olhares significativos são necessários e mais que preciso! São estruturantes.
A importância que o cabelo, desempenha na constituição de uma percepção de identidade, é muito forte, assim como o olhar do outro para este processar. É através desse olhar que nos constituímos, nos reconhecemos, nos reafirmamos e nos instituimos, logo olhar-se através de olhares significativos são necessários e mais que preciso! São estruturantes.
O reconhecimento que hoje faço, do meu cabelo no seu jeito que é só seu! É marco divisor consciente de mudanças imprimidas em minha vida, é de empoderamento mesmo!
Principalmente, quando nos encontros da vida ainda me são impingidos, espelhos turvos, que pouco auxiliam refletir a imagem afirmativa de minha singularidade, mas que diante do silêncio indiferente desse refletido, já não me fazem tanta questão. Na procura de espelhos outros para me espelhar, espelhos estes que podem, não ser tão límpidos na devolução da imagem apreendida, mas é um apreço bom de experimentar. Quanto aos espelhos opacos, que em sua função de refletir o transmitido tal como recebido, necessários se faz, por contribuir num refazimento que me põe a caminhar.
segunda-feira, 18 de junho de 2012
Encontro Marcado
Desta vez o encontro marcado, após 34 (trinta e quatro) anos depois! Sim, trinta e quatro anos depois, se deu na casa de Mirian Cardoso.
Quando lá cheguei, Elias, Heraldo com a Fátima, Zé com a Márcia já se encontravam na sala de jantar, sentados ao redor de uma mesa, em seguida chegou a Elisiária, sem suas irmãs..., que em ausência, presentes estavam, bem como a Vilma que fora à festa junina de sua netinha, a Vandira e o Carlos, o Adilson; o Paulo que mudara para outro estado; a Ísis que não estava muito bem; o Cleber Maciel e o Samuca já falecidos, os moradores do Morro do Quadro que perdemos o contato, os primeiros estudantes africanos que na UFES aportaram..., nossos familiares e muitas outras pessoas, todas devidamente reverenciadas como partícipes de um dado tempo de uma história instituída.
Na tarde, "vitrola" ops! DVDs rolando, tocando sambas de máxima qualidade sem parar!!! Pixinguinha, Clementina de Jesus, João Nogueira, Beth Carvalho, Dona Ivone Lara... à Diogo Nogueira! Senti no peito, uma forte emoção, uma alegria quase juvenil por reencontrá-los, de poder abraçá-los e beijá-los com o afeto espontaneo de quem já consegue melhor externá-los.
Foram logo me avisando, destas vez o nosso encontro vai ser aqui mesmo, apontando-me uma cadeira em volta de uma mesa redonda da sala de jantar da residência da Mirian, que fica num prédio de Bairro de classe média, o que rimos gostosamente, pois toda fala naquele momento tinha um sentido, o de nos remeter de imediato ao um tempo vivido. O de quando nos reuniámos nas lajes das casas e quintais dos Bairros da Vila Rubim, Consolação, Santo Antônio, Santa Teresa, Morro do Quadro..., nos idos de 1978/79/80..., para então exercitarmos o contato com a nossa auteridade de negros e negras capixabas, através da militância no MNU - Movimento Negro Unificado.
Animadamente a conversa rolou solta, entre um pé-dé-moleque e outro, uma fatia de cuscuz, um minguau de tapioca, um caldinho de pinto na pimenta, uma torta de bacalhau, um bom vinho, sucos e paçoquinhas, permitindo-nos transgredir, somente por um dia, as recomendações médicas, que ora fazem parte de nossas cartilhas do bem viver, rsrsr!...
Nos reportamos aonde tudo começou, a nossa inserção no espaço acadêmico da UFES - Universidade Federal do Espírito Santo, negros num universo eminente de brancos. O como fomos nos encontrando, na busca identificatória de sobrevivência, frente a poucos iguais e muitas adiversidades.
Destacando-se em cada relato, as lembranças da contribuição significativa do professor Cleber Maciel, negro assumido que após ter concluido seu mestrado em História na Universidade de Campinas, retornou à catédra na UFES e generosamente partilhava o seu saber, seus livros seus discos, sua casa, a sua pasciência para acolher-nos em nossos estranhamentos, frente a um real fragmentado e desafiante, que nos equivocava, mas não o suficiente para abrirmos mãos de estar estudante nos cursos da UFES.
Rememoramos as nossas histórias pessoais, revisitando a casa de nossos pais, valorizamo-os pelo investimento afetivo e materiais recebidos destes. Revalidando a matriz, filhos e filhas de trabalhadores que somos, que dentre os muitos legados recebidos o de acesso aos estudos, constitui de alicerce determinante em nossas vidas. Legado este que de forma amorosa e incondicional, tem sido repassado aos nossos filhos e filhas.
Sim, foi um belo, oportuno e feliz encontro, que em seu termino, prometemos repeti-lo o mais breve possível, para manter a quebra da escrita dos trinta e quatro anos que ficamos sem nos encontrar, pois constatamos que ainda temos muito o que falar e escutar!
Que assim seja!...
sexta-feira, 4 de maio de 2012
Reparações
Reparações?!
Sim, reparações!... mesmo que posteriori do muito que foi subtraído de um coletivo racial, que aqui aportaram em condições terrivelmente adversas, há muito denunciam nas falas queixosas, lamuriosas de seus "desvalidos", " bêbados", "loucos", insurgentes das primeiras horas.
Das falas solitárias daqueles que vagueiam pelas ruas da cidade, revelando em si, como que tatuados nos corpos, o real daqueles que foram marcados e lançados na condição dos (in)visíveis sociais, econômico e politicamente.
Das falas solitárias daqueles que vagueiam pelas ruas da cidade, revelando em si, como que tatuados nos corpos, o real daqueles que foram marcados e lançados na condição dos (in)visíveis sociais, econômico e politicamente.
Falas estas persistentes que foram paulatinamente tomando fôlego, reverberando nos becos, nas vilas e nas favelas, das cidades e dos campos, com a força de agrupar-nos através de nossas reminicências organizativas, culturais e religiosas, dando-nos sentido para um dizer impossível de se calar.
Que num crescendo!..., reverbera em nossa contemporaneidade, no vigor do discurso desejante daqueles que dentre nós, conseguiram driblar de forma estratégica uma contexto desfavorável, galgando através do trabalho, da escolarização e de parcerias significantes , um espaço de articulação existencial inclusivo e instituinte, constituindo a partir dê, novos redesenhos de exercícios de poderes, tão necessários para um por vir de visibilidade, sócio, econômico e político.
O tempo é o presente!
... Embora construir?!
Que num crescendo!..., reverbera em nossa contemporaneidade, no vigor do discurso desejante daqueles que dentre nós, conseguiram driblar de forma estratégica uma contexto desfavorável, galgando através do trabalho, da escolarização e de parcerias significantes , um espaço de articulação existencial inclusivo e instituinte, constituindo a partir dê, novos redesenhos de exercícios de poderes, tão necessários para um por vir de visibilidade, sócio, econômico e político.
O tempo é o presente!
... Embora construir?!
quinta-feira, 12 de abril de 2012
Nesse corpo que habito!...
Descobri que pouco sei, que pouco conheço nesse corpo que habito. Sério!
Supunha, que de há muito estávamos "juntos e misturados", puro engano! Esse corpo que habito deu de me apresentar, assim na tampa, o que eu ainda não conhecia sobre ele, deixando-me desarrumada face a delicadeza e complexidade das revelações.
Advindo daí, uma agonia de busca de respostas rápidas que melhor se encaixe à estas revelações e que às vezes, não dá, não acontece, deixando uma sensação frustrante pelo não conseguido e que ao mesmo tempo, sinaliza para a necessidade de uma insistência, para que alguma coisa possa acontecer.
Estou dizendo disso, prá falar da surra que ando levando nas aulas de natação, desse meu corpo atarantado n'água, com as descobertas do não sabido que me tem sido revelado e ou que até então, eu não queria saber. É de doer!...me perceber amendrontada, quase que acuada, frente a um saber ainda não elaborado, que urge enquanto processo em andamento, por um retorno ao começo, enquanto um treino, prá melhor ser apreendido.
Em verdade voz digo, do que se trata, é de um querer saber da fruidez possível desse ato, que imagino existir, bem como a do medo do que poderá advir, como conseqüência, no processo de busca desse algo ainda não experienciado, não dominado. Insistir nesta busca, trás contido um preço a se pagar. Eis aí a grande questão do lidar com essas forças antagônicas, registradas em todo ser e não somente nesse corpo que habito, é de todos e não de um.
Logo, dá-lhe "caldos" , vexatórios!...
Mas, eu não abandono a raia!...
quinta-feira, 15 de março de 2012
Sim, cair n'água e bater as pernas alternadamente aos braços, concatenado a respiração, para assim deslizar com todo o corpo nas águas, tendo como bordas, minha auto regulagem.
Desejo que acalento, há muito contido, que ora realizo, numa profusão de sensações e sentimentos, que aos poucos estou redescobrindo e aprendendo como melhor lidar com os mesmos. Pois dentre os muitos impeditivos que ainda carrego, com os quais reluto em busca de dar vazão, nadar é um dos.
Desejo que acalento, há muito contido, que ora realizo, numa profusão de sensações e sentimentos, que aos poucos estou redescobrindo e aprendendo como melhor lidar com os mesmos. Pois dentre os muitos impeditivos que ainda carrego, com os quais reluto em busca de dar vazão, nadar é um dos.
Criada que fui às margens das águas da ilha de Vitória, nos arredores dos Bairros de Caratoíra e Santo Antônio, muito cedo aprendi que filha que obedecia, não se banhava nas águas da "maré", espaço este
privilegiado daqueles que ousavam transgredir. Volte meia, um se perdia na magia dessas águas, transcendia, iluminando-se e não voltando mais, deixando um corpo inerte a boiar, dias após.
Real que impactava a todos, amedrontava por uns tempos a garotada, recrudescia o olhar de controle das mães, na casa de meus pais principalmente..., mas não o sufiente, para impedir que eles, os "desobedientes", abandonassem a busca do prazer contido nesse jogo de lançar-se às águas, e deslizar o corpo em seu espelho cristalino de movimentos ondulantes, nem muito menos o meu, contido e adiado, mas não abandonado.
Me apresento para o primeiro dia de aula, Amanda uma jovem professora, com idade de ser minha filha, delicada, que me chama o tempo todo de aula de Dona Sonia!... com ela estou me iniciando nos fundamentos da natação. O meu eu, o de desvendar o permitido, logrando o quanto possível o que é do real.
Para, então ainda, experiênciar um aprendizado, o de colocar-me num espaço, mesmo que artificial e reprezado de uma piscina, na condição de um não saber, do como me portar, frente aos descaminhos das águas, enfrentando um quê de enigmático em mim, não usual, que remete para além do já conhecido e que muito surpreende.
domingo, 26 de fevereiro de 2012
"Sua cor preferida era Lilás!..."
Neste último final de semana de Fevereiro, minha tia/avó, Estélida de 95 anos , faleceu, este seu derradeiro ato, remeteu-me mais uma vez, a um estado de desamparo, que é inevitável diante uma perda dessa magnitude; em busca de algo que pudesse fazer frente a angustia desse real, dormi e sonhei com o viço das flores das barracas da feira livre do bairro; na manhã de sábado, antes de seu sepultamento, dirigi-me à feira livre do bairro mais próximo e adquiri lindas hortênsias," Sua cor preferida era Lilás!..." e assim eram as flores em sua honra.
Ora acalentada!... É vida que segue!...
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
(Más)cara do novo
O real do envelhecer, tem me fustigado nesses últimos tempos. Por mais que me utilize de máscaras que possam atenuá-lo, este insiste em me provocar , descortinando as ilusões de uma tentativa de encobrir marcas aí contidas. É um novo que vislumbro nas faces de meus pais, quando neles me percebo.
Não basta cobrir os cabelos grisalhos com tintas acobreadas..., besuntar rostos, braços e pernas com cremes que prometem rejuvenescer, incorporar a atividade física como complemento do café da manhã, o envelhecer tens leis próprias, limites bem definidos que por mais que se negue, se impõe e realiza sua intervenção em nosso corpo, em nossa imagem no que equivocadamente é percebido só no Outro.
Outro dia, uma pessoa amiga, relatou-me o desapontamento por descobrir, junto aos seus pares, que já não tem a mesma facilidade de acessar de memória, informações profissionais guardadas, com a mesma precisão de detalhes, que o fazia detentor de um certo poder em sua equipe de trabalho, "...Ando cansado, com o rasciocínio mais lento, minha cabeça já não me acompanha, o escritório a mil e eu assim!!...."
Comparece através da resistência declarada, de um não saber, do como lidar com o "ócio" de uma pretensa aposentadoria, considerando, ainda ter um corpo prioritariamente adestrado para o trabalho e adormecido para outras possibilidades. " O que vou fazer de minha vida! Eu sempre trabalhei...."
"Falar da velhice incomoda porque expõe o limite ao qual todos nós somos submetidos. Falar da velhice desacomoda, exigindo certa acomodação dos traços e dos restos advindos pelas perdas, pelas mudanças da imagem e na relação com o Outro. A velhice exige novas transcrições e traduções. Ela desacomoda muitos "restos" deixados em qualquer canto à espera de um tratamento possível; desacomoda a procrastinação, desacomoda os futuros não cumprindos - mas que gostaríamos de realizar -, desacomoda a idéia de imutabilidade ou de permanência, desacomoda os ideais e as certezas nas quais todo sujeito busca se alojar. A velhice desacomoda, incomoda, principalmente nesse mundo permeado de máscara do novo." Musida, Ângela - "O Sugeito não envelhece - Psicanálise e velhice". (2006, p.16)
Assim o é!...
Envelhecer para quem se aventura, é vida!
Desafiante aventura com um fim estabelecido!
Aventuro-me! Vivo.
segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
(Re)Vigor "pela lente do amor"
"Pela lente do amor
Uma grande angular
Vejo o lado acima e atras... o muito mais do aparente de um leve encontro para celebrar a vida.
O muito mais, que de mansinho, vai se dando na chegada de mais um, que não vem só, vem com o seu todo mesmo que ali não materializado.
Abrir o ângulo, fechar o foco
Sobre a vida..., na alegria ruidosa do estarmos juntos, dos abraços compartilhados, dos ruídos exaltados nas surpresas do que somos, dos procriados, dos construídos e do que sonhamos.
Transcender pela lente do amor
Sair do cético, entrar no beco sem saída..., das emoções, das revelações dos talentos ainda não apresentados, das danças não ensaiadas, dos resgates dos registros lúdicos em nossos corpos, constituídos lá na infância!..., atualizados e rematrizados. Boas sensações!...
Sou capaz de entender
Os detalhes da alma de alguém
Pela lente do amor..., a prosa correu solta nos grupos espalhados à sombra de um gigante guarda-sol, caprichosamente alí colocado como espaço de convivência, num dia de domingo ensolarado.
Muito se falou!..., do que escutei, comoveu-me a fala de meu tio, irmão de meu pai, validando-nos enquanto família que possui alicerces, afirmativa essa, que me fez imaginarizar o visgo aí contido, introjetado em todos nós! Correndo em nossas veias.
Bem dito seja! Bem dito!
Pela lente do amor
Vejo a flor me dizer ..., que em seu aniversário, Humberto, presenteou a cada um de nós de forma singular.
Pois..., ainda posso enxergar mais além.
Pela lente do amor
Niver de Tio Humberto por Caroline Lima |
sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
"Eu vou logo ali e já volto!..."
" Vou logo ali e já volto!..."
Assim gritava já de porta fora, o meu filho,
Quando queria escapar do controle de meu olhar, numa rapidez, quase que incontida, dos que querem conhecer o mundo e firmar sua autonomia.
"Eu não disse que já volto!!!...", já com um toque de irritação na voz.
Frente a um querer saber mais de mãe, diante da "esticada no elártico", imprimida pelo meu jovem, que alongava o seu olhar para além de nosso riscado.
" Mãe, já tô indo!...volto logo, talvez...!?"
Comunica com o brilho intenso no olhar,
Com tom de voz, cuja sonoridade diz de uma maturidade, dos que permitem o direito à dúvida, frente à significativas aberturas...
Denota estar pronto prá se lançar de corpo e alma, para um novo.
Caminha com passos firmes de quem quer caminhar por caminhos ainda não conhecidos,
Tendo como norte, a certeza de querer chegar bem em algum lugar.
Mais uma vez, fico a observar!..., com olhos de querer ver!
Com olhos de querer me ver!
Nesse momento em que mais uma vez, ele diz sim para a vida.
Vá! Digo-lhe com ternura!
Atenda a esse chamado que a vida te faz, que para isso de há muito estás a ensaiar.
Vá!..., assim é que é!...
Agora é você!...
Agora é com você!...
Obs: No tempo presente meu filho, Thiago Balbino se encontra na alemanha.
quarta-feira, 11 de janeiro de 2012
(Des)Carrego!...
(Des)carrego em ti o que em mim é resto e inacabado!
Quero de ti o que abunda, o que transborda!
Mar! Misterioso mar!...
É nos seus movimentos de ir e vir, que busco a manha necessária para fluir!....
"Mar! Misterioso mar!...", lancei-me em ti nestes primeiros dias de 2012, com a consciência da importância desse arquétipo estruturante de minha história, assimilado na casa de meus pais.
Entegro-me nesta grata repetição!
De esvaziar-me, que traduzo como renovação das energias necessárias para manter os pés no chão.
De purificar-me na salmoura de suas águas frias, revigorando o corpo, amolecidamente!...., à espera de novos registros.
"Mar! Misterioso mar !..."
Que vai e que vem !..., é neste fluxo que vou...
Reverenciando a ti
Crendo em mim, crendo em nós!...
Quero de ti o que abunda, o que transborda!
Mar! Misterioso mar!...
É nos seus movimentos de ir e vir, que busco a manha necessária para fluir!....
"Mar! Misterioso mar!...", lancei-me em ti nestes primeiros dias de 2012, com a consciência da importância desse arquétipo estruturante de minha história, assimilado na casa de meus pais.
Entegro-me nesta grata repetição!
De esvaziar-me, que traduzo como renovação das energias necessárias para manter os pés no chão.
De purificar-me na salmoura de suas águas frias, revigorando o corpo, amolecidamente!...., à espera de novos registros.
"Mar! Misterioso mar !..."
Que vai e que vem !..., é neste fluxo que vou...
Reverenciando a ti
Crendo em mim, crendo em nós!...
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