sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Novas Paragens

Vagando em verso eu vim
Vestido de cetim

Na mão direita rosas vou levar... (Andança-  Dorival Caymmi)


Aqui! Acolá!... eu vouuu!
Pois a "dança da moda eu sei...

Tenho estado nestes últimos tempos de minha existência, impulsionada por este desejo de me perceber em novas paragens, como condição de experiênciar o que sou a partir de um novo idealizado? Porém ainda não vivenciado.

 
Quero com isso expandir o meu quadrado, compreendendo a maleabilidade de suas paredes  para  formatar novos espaços de circulação, de encontros, de trocas, de vivências desse meu viver!
Vim de longe léguas cantando eu vim... e com isso cartografado, a partir de muitas observações reflexivas de meu modo de lidar com as minhas questões, então  estabeleci, que após a garantia de uma "pseudo" aposentadoria, sairia a campo para constituir esse novo traçado.
Não satisfeita, me acerquei de garantias para então me sentir em condição.
Neste tempo de preparação, que ora se institui, equivalente a um tempo cronológico de gestação de uma gravidez de mulher!!... tenho pressentido, que é chegado a hora.

O momento de  parir,  é o de agora.

Emocionada que estou, me pego desenvolvendo alguns movimentos, que suponho, necessários para esta parto:

O de decidir,  que quero um nova relação de trabalho, sim! Que me permita continuar estudando, me disponibilizando e testemunhando no papel de psicoterapeuta.

Ir ao encontro da metrópole que povoa os meus sonhos desde menina, a cidade do Rio de Janeiro, há muito acalentada como uma das muitas  paragens desse meu caminhar, preferencialmente, em companhia de meu atual amor.

Tudo muito simples e possível!

Pois, pois!!
Já me fiz a guerra por não saber
Que essa terra encerra meu bem querer
Que jamais termina meu caminhar
Só o amor me ensina onde vou chegar
Por onde for

Quero ser seu par .

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

"Velhice implicada pelo desejo"

Helena Bertho, um exemplo de "velhice implicada pelo desejo".


Assim quero dizer dessa senhorinha, que diante do real do envelhecimento do corpo, propunha novas formas de reinscrever o seu desejo, enquanto ser pulsante neste mundo de meu Deus.

Conheci Helena Bertho, quando profissional em Serviço Social na Cia Vale do Rio Doce, através de um programa de preparação para aposentadoria.

Aposentada que era  do antigo INSS, desenvolvera uma   referencial teórico e metodológico, na qual sustentava com muita auteridade, que era possível haver vida desejante,  pós aposentadoria e envelhecimento.

Com esta crença, destacava a importância do recriar a vida, através da  elaboração  do luto das perdas dos objetos relacionados ao mundo do trabalho, através de outros objetos substitutos, tão interessantes quanto os anteriores.

Apregoava com  relevância  o cultivar: afetos, encontros,  aprendizados, descobertas, transcedências como formar de manter e conquistar vínculos relacionais.

O sonhar,  considerando que este, "os sonhos,  não envelhecem".

Valorizava o cuidar-se, cuidando-se, a sua  presença era imponente, elegante e simples a desfilar os efeitos que o tempo lhes impunha,  com  certa dignidade, ditando estilo para tudo aquilo que defendia em tese.

Mulher de refinada liderança, não escondia o prazer da conquista de novos seguidores para as suas crenças, privilegiava o diálogo com as várias especialidades, criando e fortalecendo uma rede relacional por todo este país. Ela sabia se fazer presente.

No primeiro dia do mês de Novembro, porém,  Helena Bertho se foi, faleceu, segundo relatos de amigos mais próximos, foi de um passagem tranquila, que se deu em sua própria residência, encontrava-se debilitada em seu estado de saúde.

Helena Bertho, digo que a sua existência  foi de muita doação, puro ensinamento do como fazer.

No lidar, com o real das perdas advindas de uma aposentadoria e subsequente envelhecimento, no  trabalho necessário de elaboração de um luto por estas perdas e as exigências de se buscar constituir referênciais, que  permitam simbolizar esse real.

Salve Helena Bertho!