segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Vaguear pelos Aires!...


Tendo como contorno para essa passeio, o meu sentimento profundo de carinho por minha amiga Marisa Barcelos e sua família, que no tempo dos sonhos de juventude, ousou escolher essa cidade para estabelecer as suas verdades e parte de seu caminhar nessa existência.

Em pleno final de inverno de Setembro de 2013, por uma semana, eis que me vejo desembarcando em Buenos Aires/Argentina,acompanhada por Marlene Fracallossi, amiga dos tempos presentes da maturidade. Curiosas que nem colegiais de cidade pequena quando em visita à capital, no hoje, caminhamos com passos mais lentos e compassados por ruas, logradouros, igrejas, momumentos, cemitério, bares, cafés, restaurantes...,...mas com o mesmo afã do querer desvelar algo ainda não conhecido, algo ainda não dominado, com se assim fosse possível.

Do encantamento com o velho novo, há que se iniciar pela moradia de minha amiga, um prédio, antigo suntuoso em plena área urbana da cidade, com o requinte de um passado histórico materializado em sua bela e simples arquitetura. Olhar esse que aos poucos foi se despindo do óbvio dos contornos arrojados de uma pretença modernidade, num processo de aceitação de um belo constituido historicamente pelas levas de emigrantes que por ali aportaram.

Das muitas conversas ao redor da mesa, tendo como auxiliares, um café quente e ou uma taça de vinho, no refazimento de nossos percursos de amizade, das histórias familiares. Marisa, Hugo seu marido e a Marlene minha companheira de viagem, acessaram as suas heranças históricas de famílias de imigrantes, portugueses e italianos na América Latina, eu contemplativamente os acompanhei, apresentando alguns pitacos, aqui e acolá.

De nossas compreensões históricas e política na qual fomos coadjuvantes, quando no ardor estudantil, militávamos apaixonadamente em busca da redemocratização de nosso país em nossas cidades.

De olhar reflexivo à distância e até sob alguns aspectos valorativos do tempo presente, dos ensaios democráticos em nossos países e dos equívocos também. Minha amiga, hoje é cidadã Argentina, vibra com as políticas de subsídios, na saúde, educação, transporte, energia para todas(os)independente de sua condição sócio-econômica.

Do dentro para fora, ao sair pela cidade, com um mapa em punhos, eis que nos deparamos, com uma cidade que em seu cotidiano, preserva em sua tradição colonialista a história dos dominantes, retratada em muitos monumentos, prédios, galerias de artes e comerciais, catedrais, parques, portos e cemitérios...,...que de certa forma garante a sobrevivência do hoje e a garantia de um porvir.

De uma confirmação e melhor reconhecimento, do que somos enquanto pessoas em nossas grandiosidades e em nossas limitações, num processo rico de convivências, de encontros com muitos de nossos vizinhos no ir e vir em avenidas movimentadas, no lidar com nossas diferenças e semelhanças.

Ah! Já estava me esquecendo do peso pesado da moeda Argentina, muito desvalorizada frente ao dólar e o real, porém muito bem cambiada pelos portenhos ao estabelecer a valoração de seus produtos e serviços.

Retorno para casa, feliz pelo providencial distanciamento de meu cotidiano e a constatação do bem estar que isso me causou!!!...