quarta-feira, 8 de junho de 2011

Olhares! Alhures?!...




“ ...Ah! Bruta flor do querer
Ah! Bruta flor, bruta flor...
O Quereres - Caetano Veloso

De mãos dadas elas caminham pela calçada, provocativamente a instigar a todos que as olham nesta ação. Afetando e sendo afetadas, eu fui uma das, não passei incólume!
O que de novo, aí comparece que está além da ação performática das duas jovens?
O não estabelecido, o não inscrito, o não conservado, que aí está posto, que nos equivoca e nos faz buscar rapidamente, respostas cristalizadas, que momentaneamente possam dar conta ao mal estar. 
É o sim é o não! ... E onde vez, eu não vislumbro a razão, pois é real, ah! Este real que se impõe inexoravelmente a retirar travas de um olhar que teima e insiste em ficar condicionado.
Caminham as jovens atentas e desafiantes, semblantes e olhares a esmo, sabem trazer num discurso não dito, o que precisa ser dito, pagando-se um preço por isto.
Lá vão elas! Mãos entrelaçadas, lado a lado, ombro a ombro, corpos gingando ao sol morno de plena manhã de junho, se desvelando, somente isto, simplesmente isto!

...O quereres e o estares sempre a fim
Do que em ti é em mim tão desigual
Faz-me querer-te bem, querer-te mal
Bem a ti, mal ao quereres assim
Infinitivamente impessoal “





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