segunda-feira, 13 de junho de 2011

Certezas.


Hoje mais uma vez, das muitas que já me ocorrera, me vi inquieta, a procurar...
A palavra que possa fazer frente a este encontro inalienável, que no dizer de um amigo de meu pai, um simpático senhorzinho de 84 anos, de há muito o havia esquecido por aqui.
Digo dos encontros com as certezas inalienáveis, que de tempos em tempos se diz presente, a demarcar o nosso corpo, sinalizando-o como que cronologicamente, atualizando-o em seu devir...
Conhecedor do que digo Seu Jonas, contemporâneo de meu pai, nos encontra no banco da praça do bairro sentado preguiçosamente feito lagartixa ao sol.
Põe-se a filosofar sobre vida, tendo como referência a sua história, jovem, pobre, sergipano que de viagem para trabalhar em Santos/SP, um dia aportou-se por estas bandas e aqui constituiu a si e a sua família.
Ali fiquei silenciosa assistindo a vida se processando, os dois animadamente a desenrolar a linha do novelo chamado de tempo passado, na qual os dois foram coadjuvantes.
Os dois se conhecem desde o tempo que papai, moleque trabalhava na serralheria e o Seu Jonas rapazola, trabalhava num emprego público e namorava a filha de um respeitado açougueiro de Santo Antônio/Vitória-ES.
No relato presente, alguns mortos foram ressuscitados, pois pertenciam a um contexto que precisava ser revisitado pelos dois nos muitos fatos relembrados e reconstituídos.
De posse desse novo, Seu Jonas, constata a sua longevidade, a sua lucidez e a satisfação por considerar-se no lucro na contabilidade cronológica da vida, reafirmando a sua frase inicial de alguém que fora esquecido pela morte.
Tal com chegou, sorridente, assim se levantou do banco que sentara para melhor conversar, despediu-se dizendo que precisava voltar para casa, pois ainda queria ler o jornal do dia, almoçar e se preparar para uma soneca no período da tarde.

Vitória, 13 de Junho de 2011

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